SUSPENSÃO "A divinis" do bispo auxiliar Dom Sieger Maria Schenn por abandono de ofício e comportamento gravemente lesivo à unidade eclesial.

A Sua Eminentíssima Reverendíssima
Dom Odilo Pedro Cardeal Scherer
Prefeito do Dicastério para os Bispos
Palazzo del Sant’Ufficio
00120 – Cidade do Vaticano


Eminência Reverendíssima,

Com espírito de fidelidade à Santa Igreja, de amor profundo pelo ministério apostólico e em nome da estabilidade pastoral da porção do Povo de Deus que nos foi confiada, vimos por meio desta nos dirigir a Vossa Eminência com o coração profundamente entristecido, mas também com firmeza de consciência e zelo pelo bem da Igreja.

Trata-se aqui de uma situação grave, contínua e escandalosa, cujo agravamento exige, com a urgência dos tempos, a intervenção imediata desta Sé Romana.

Refiro-me, com todo o respeito devido ao seu grau eclesiástico, a Sua Excelência Reverendíssima Dom Sieger Maria Schenn, nomeado bispo-auxiliar de nossa Arquidiocese há mais de um mês e que, desde o momento de sua nomeação, recusou-se total e reiteradamente a assumir qualquer participação efetiva na vida pastoral, administrativa e espiritual desta Igreja Particular.

É com pesar que relato o seguinte:

1. Dom Sieger não se apresentou a esta Cúria Metropolitana nem manifestou disposição concreta de integração à vida arquidiocesana. Ignorou os convites, mensagens e iniciativas enviadas por este Arcebispo e sua equipe, inclusive durante celebrações solenes onde era esperada sua presença. 
Não celebrou qualquer Missa pública, não compareceu a reuniões com o clero, não respondeu aos ofícios que lhe foram dirigidos e não assumiu nem mesmo os encargos mínimos atribuídos a um bispo auxiliar, evidenciando não apenas negligência, mas um verdadeiro desprezo pelos deveres de seu estado episcopal.

2. Além da ausência física, tem havido atitudes reiteradas de desdém e oposição velada a esta autoridade arquiepiscopal, inclusive por meio de comentários públicos e privados, feitos com ironia, sarcasmo e zombaria, alimentando o espírito de divisão entre alguns membros do clero e dos fiéis. 
Tem promovido, ainda que informalmente, reuniões paralelas e iniciativas que confundem o rebanho, minando a unidade pastoral da Arquidiocese. Essas condutas foram confirmadas por testemunhos do presbitério, leigos de boa fé e colaboradores desta Cúria, os quais se encontram abalados diante do escândalo causado.

3. Os fatos aqui relatados já foram levados ao conhecimento deste Dicastério por duas ocasiões anteriores, durante as últimas audiências episcopais nas quais tivemos a graça de participar. Em ambas, apresentamos documentação e relatos com o devido zelo eclesiástico, aguardando, com paciência filial, uma orientação ou intervenção. 
Contudo, a situação agravou-se de maneira insustentável. Já não se trata de uma simples ausência ou de crises iniciais de adaptação. Estamos diante de um caso concreto e notório de abandono de ofício episcopal, tal como compreendido pelo Código de Direito Canônico e, mais diretamente, que prevê a remoção de ofício quando há grave causa e escândalo público.

Diante de tais circunstâncias, rogamos com humildade e firmeza à Vossa Eminência:

Que, em nome da paz e da ordem eclesial, proceda à imediata suspensão a divinis de Dom Sieger Maria Schenn, resguardando assim a dignidade do episcopado e evitando maior escândalo entre os fiéis;

Que se dê início ao processo canônico que conduza à demissão formal de Dom Sieger de seu ofício episcopal, por abandono e atitude escandalosa que compromete a integridade pastoral da Arquidiocese;

Que, durante esse período, seja impedido de exercer qualquer ação pública em nome da Igreja, a fim de evitar novos danos espirituais e administrativos.

Este Arcebispo, em espírito de obediência ao Santo Padre e fidelidade à comunhão colegial, está pronto a colaborar com o Dicastério no que for necessário, inclusive oferecendo testemunhos, documentação e acolhendo as diligências que se fizerem pertinentes. Não movem esta solicitação qualquer sentimento pessoal, mas o profundo senso de responsabilidade pastoral e a consciência de que a caridade também exige a verdade, a correção fraterna e o zelo pelos fiéis que nos foram confiados.

Na esperança de uma resposta célere e justa, rogamos as bênçãos de Cristo, Bom Pastor, sobre este Dicastério e, em especial, sobre Vossa Eminência Reverendíssima.

Subscrevemo-nos com filial estima e reverência,
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