
ARQUIDIOCESE DE QUELUZ
Prot. n. 1072/25 – QZ
AO DICASTÉRIO PARA O CLERO
A/C do Em.mo. e Rev.mo. Cardeal Júnior Assis, Prefeito
Eminência,
Dirigimo-nos ao senhor com a devida formalidade que o ofício requer — e apenas com ela — para responder à infeliz, apressada e descabida advertência dirigida ao Reverendíssimo Monsenhor Júlio Terroso, sacerdote desta Igreja Particular de Queluz.
Antes de mais nada, cabe dizer o óbvio: o Mons. Terroso justificou oficialmente sua ausência junto ao seu Ordinário legítimo, este Arcebispo, única autoridade a quem deve resposta direta, como prevê o Direito Canônico e a mais elementar lógica eclesiástica. Não houve, de parte do Dicastério para o Clero, nenhum esforço de averiguar, ouvir ou sequer perguntar. Apenas se emitiu uma advertência por cima de nossas cabeças — e, com o perdão da franqueza, isso é abuso de instância e um ultraje à organização da Cúria Romana.

Que fique claro: existem canais legítimos para esse tipo de comunicação, como a Nunciatura Apostólica. Mas é mais fácil redigir advertência teatral para mostrar serviço, como se estivéssemos numa gincana clerical em busca de medalhas no Vaticano.
Quanto ao conteúdo da advertência, RECHAÇAMO-LA POR COMPLETO. Não só por sua ILEGITIMIDADE CANÔNICA, mas pelo TOM INQUISIDOR E HOSTIL — que beira o espetáculo barato. Aliás, espetáculo parece ser o que mais interessa a Vossa Eminência. O senhor não é pastor de ninguém — é um gestor de vaidades, um funcionário da ambição eclesiástica, que passa o dia procurando holofotes para brilhar em cima de quem constrói, em silêncio, a Igreja de verdade.
Caso o senhor insista em aplicar qualquer tipo de sanção, recorreremos diretamente à Suprema Assinatura Apostólica, com exposição detalhada da condução desastrosa e tendenciosa deste dicastério. E faremos o necessário para que se saiba, em todos os níveis da Cúria Romana, o tipo de perseguição que sacerdotes honestos vêm sofrendo sob o vosso chicote de ouro.
Estamos, sim, ao lado do Monsenhor Júlio Terroso, que não será esmagado por esta pequena cruzada pessoal de alguém que transformou a sacralidade da cúria em palco para sua autopromoção.
A Arquidiocese de Queluz não se curva diante de caprichos eclesiásticos, por mais pomposo que seja o solidéu de quem os profere.
